sexta-feira, 30 de abril de 2010

Meio deprê

Então, como já falei por aqui, as meninas vão passar o final de semana em um hotel, comemorando o aniversário de uma amiguinha, juntamente com outras meninas do colégio. Os pais, que já conheço, alugaram uma van para a ocasião. Conheço, também, os pais das outras amiguinhas que vão. Já sei o hotel em que se hospedarão: tenho o site, o mapa, os telefones celulares dos pais, etc. Mas, o que me incomoda, de fato, nesta história toda é que, em nenhum momento, as meninas falaram algo do tipo: 'Mãe, vem com a gente ?' ou 'Só vou se você for' ou 'Vou morrer de saudades' ou 'Você me liga ?'. Nada! Lançando mão de um último recurso, fiz esta proposta:

-' Tive uma excelente ideia! Eu e o papai vamos reservar um quarto  lá no hotel, também. Não é legal ?', eu, entusiasmada
-'Ai, mãe, nem vem ! Se liga, né ?'
-'Nossa! Tá bom, então. A gente fica afastado. Vocês não vão nem nos notar ...'
-'Mãe!!! ', as duas, em uníssono

Depressão. Carência total. Me ama ? Me liga ?

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Baladinha

Acabei de deixar as meninas em um aniversário. Tema: Anos 60. Ó que fofas:



No, thanks

Dia das

Mães está chegando. A toda hora recebo um novo email com “super ofertas” para se presentear uma mãe. Na boa, sou mãe de gêmeas (e, portanto, mereço, no mínimo, dois presentões), mas não me interessam processador com

DiadasMaes

31 funções, secadores de cabelo para me deixar “mais maravilhosa” e,  muito m

enos, conjunto de panelas para “maior qualidade com os alimentos”. Onde estão as ofertas de laptops, máquinas digitais, gps, filmadoras, carros km, jóias, perfumes, sapatos poderosos ? Porque me identifico mais com as ofertas para o Dia dos Pais ?

Se eu precisar trocar a máquina de lavar, aviso ao marido, fazemos uma pesquisa básica e, compramos em 20000 prestações. Agora, ganhar de presente ?! No, thanks.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Inversão

A amiguinha das meninas vai comemorar o aniversário levando algumas amigas para passar um final de semana em um hotel, em uma cidade perto de SP. Menina phyna. Diálogo à mesa, enquanto nós quatro almoçávamos:

-‘Podíamos aproveitar e dar uma viajada também, né ? Vamos estar sozinhos …’, eu para o marido
-‘Boa ideia, Kátia. Vamos pensar…’, marido respondeu
-‘Melhor vocês ficarem em casa, mãe! Fico preocupada se vocês sairem…’, uma das meninas, protestando…
-‘É. Fiquem em casa e assistam a um filme. Muito melhor…', a outra, concordando

-‘????’, eu e marido, não acreditando

As meninas só têm 11 anos e já estão querendo que fiquemos em casa, quietinhos, assistindo sessão da tarde ! Sinal dos tempos ? Final do mundo ? Com que idade seremos enviados para o asilo ?

domingo, 25 de abril de 2010

Provérbios

No sábado, a família do meu pai se reuniu em um almoço para comemorarmos o aniversário da minha vó, que fez 84 anos na véspera. O roteiro foi o de sempre: comemos, fofocamos, bebemos, falamos mal dos ausentes, etc… Já na saída, quase fim de tarde, meu tio me chamou de lado:

-‘Kátia, estava te observando, enquanto você estava conversando ali na ponta…’, ele me disse, carinhosamente
-‘E ?!’, respondi, já com medo do que viria
-Até comentei com o seu (outro) tio que, agora, você está muito melhor do que antigamente…
PAUSA Não sabia se falava alguma coisa, se ficava em silêncio ou se já começava a chorar DESPAUSA
-Ué, tio. Mas, estou meio acabadinha, já velhinha.
-Não, Kátia. O rosto tá mais bonito, mais … Sei lá.
PAUSA Fiquei aguardando o momento dele me perguntar quantas plásticas eu já havia feito DESPAUSA

Na falta de uma ação melhor, eu agradeci, dei um beijo nele e fui embora.

Assim como meu irmão já havia comentado anteriormente e, como meu tio fez agora, descobri que eu devia ter uma imagem muuuuuuito péssima mesmo. Porque ninguém consegue melhorar com o passar dos anos sem várias plásticas, regimes, botox, etc. O que, no meu caso, está muito longe de ter ocorrido (a não ser que a histerectomia tenha algum efeito embelezador a posteriori...).

Sendo assim, descobri que eu sou a própria encarnação do “Panela velha é que faz comida boa” ou “Quanto mais velho, melhor o vinho” ou “Quem ama o feio, bonito lhe parece” ou “Nada como um dia após o outro”.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Ponto final

No sábado, lá no Encontro, meu irmão me disse que na segunda-feira estaria em SP e que me ligaria. Tinha um assunto para resolver por essas bandas. Achei que a gente ia se encontrar, almoçar juntos, talvez. Já havia até esquecido, quando ele me ligou por volta da hora do almoço. Disse que já estava na estrada, rumo à cidade onde ele mora. Não entendi nada. Mas, então, ele me contou, delicadamente, a razão pela qual esteve aqui. Tinha vindo fazer a exumação. Do meu pai. Disse que, apesar disso estar longe de ser agradável, não havia sido desesperador como ele (ou seria eu?) supunha. Entre eu e meu irmão, há coisas que não precisam ser verbalizadas, porque, apesar de divergimos em muitos assuntos, conhecemos muito bem um ao outro (e eu vou ser eternamente grata, por falta de uma palavra melhor, a ele por ter ficado à frente desta tarefa). Enquanto ele falava, a sensação de tristeza vinha. Nem sei explicar. Não que a exumação em si altere o quadro de que meu pai está morto. Não é isso. Mas, é como se, simbolicamente, a etapa tivesse sido finalizada, terminada, acabada. Como quando, no jurídico, não cabem mais recursos. Assim como quando se termina um livro e, depois do ponto final, não existe mais nada. Resta o vazio. E, apesar disso ou por causa disso, continuo pensando no meu pai. Não são pensamentos tristes. São lembranças, palavras, vislumbres de cenas passadas... Sei que depois do ponto final do livro, posso voltar à primeira página e ler tudo novamente. No caso do meu pai, posso relembrar, mas, a cada dia que passa, as páginas estão mais amareladas, a resolução das cenas diminuiu um pouco mais, as lembranças vão ficando esmaecidas e o som, distorcido. Isso me deixa meio agoniada. E não há, infelizmente, nenhum processo externo que resolva isso. É o ponto final.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Voltei!

“Eu voltei!
Agora prá ficar
Porque aqui!
Aqui é meu lugar
Eu voltei pr'as coisas
Que eu deixei
Eu voltei!...”
(O Portão, Roberto Carlos)

Voltei !
Nem notaram que eu tinha ido, né ? Abafa o caso, então.

Fiquei ausente esse tempo todo porque estava meio sem inspiração para postar e, logo depois, me envolvi no projeto “Encontro 2010” da família da minha mãe, com trilhões de emails e até um blog para gerenciar. O encontro aconteceu neste sábado e foi tudo de bom, muito além das minhas melhores expectativas. Revi todos os meus primos e tios, depois de anos sem nos encontrarmos. Agora, a ideia, é fazer, no mínimo, um encontro anual.

Semana passada, fui ao médico. Pouco mais de um ano depois daquela consulta em que ele me disse que eu estava meio morta. Cheguei lá, ele relembrou o caso, perguntou se estava tudo bem e, no final, só para ter certeza, examinou os meus olhos a procura da anemia. Nem sinal. Ele fez o eletro lá mesmo e está tudo OK. Solicitou o teste ergométrico, que eu nunca havia feito.
Já fiz e passei com louvor.

Na semana anterior, fomos todos os quatro ao oftalmologista. De novidade, a Sabrina, que já apresenta um leve grau para miopia. Provavelmente, vá ter que usar óculos no ano que vem. A Camila passou incólume. Nota 10. Marido levou uma mini-bronca por ter deixado de pingar o colírio da pressão. E eu, tirando umas letrinhas que não enxerguei, passei também. O médico me perguntou se eu estava com muita dificuldade para ler de perto. Eu respondi que não. Perguntou, então, se eu já estava tendo que tirar os óculos (da miopia) para poder ler de perto. Eu respondi que não, também. Ele me entregou a receita e me disse que não houve alteração nos graus da miopia. Fiquei feliz até perceber uma outra anotação

-Doutor, mudou ou não mudou o grau ? Parece que abaixou … 1,25 ?
-Não, esse é o grau para perto. Seus novos óculos. Para leitura...
-Oi ?
-Calma, é só usar multifocal. Já tem até lente de contato multifocal …
-Oi ?

Eu, na flor da idade, vou ter que usar óculos para leitura ? G-sus !!! Saí de lá revoltada e já avisei ao marido que não vou fazer. Já não bastam as rugas, olheiras, gordura. Agora, cegueira ? Too much. Estou fora. Quaisquer dificuldades que eu possa vir a ter (porque não tenho), minhas filhas me socorrerão. Acho. Espero. Agora vou ter que concordar quando dizem que ir ao médico, é um atalho para encontrar enfermidades até então desconhecidas. Impressionante.

E ainda vou ter que voltar ao médico que me operou, já que a cirurgia faz aniversário de 1 ano em breve. E eu já deveria ter voltado lá há tempos...

Bom, e minha idas ao Ibirapuera foram lentamente diminuindo. Antes, eram diárias, agora, anuais, talvez.

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