Fomos passar o Carnaval lá no interiooor. Como sempre, muita comida, parentes, calor, piscina, fofocas, não necessariamente nesta ordem. A viagem de ida foi demorada; pegamos muito trânsito e chuva na estrada. A volta foi mais tranquila.
Chegamos lá na sexta, por volta das 11:30h da noite, deixamos as meninas na casa do primo e fomos dormir. Dia seguinte, almoço na casa de um, piscina na casa do outro e pulamos carnaval até o sol raiar dormir. Outro dia, churrasco-piscina.
À noite, abandonados pelos parentes, em pleno domingo de carnaval:
-‘Vamos sair de baladinha hoje ?’, perguntei pro marido
-‘Legal. Vou te mostrar a vida noturna da minha cidade! Preparada ?’, respondeu o marido
-‘Vamos nessa! Quero ir a um lugar beeeem legal! Beber todas.’, respondi animada
Tomamos banho e fomos pra night. Enquanto nos dirigíamos para o centro, no carro, achei a cidade meio deserta. Marido concluiu que todo mundo estava se arrumando para cair na gandaia, já que não eram nem dez da noite. Eu achei que todo mundo já estava era dormindo, mas fiquei bem quietinha. Marido me levou para o primeiro point: fechado. Para o segundo: fechado. E, acabaram os points que existiam ele conhecia.
-‘É, Kátia. Parece que tá meio desanimado… Não está parecendo tão megalópole assim. Tenho que admitir.’
-‘Tô com fome. Podemos comer um cachorro-quente pelo menos ?’
-‘Também não precisa avacalhar! Cachorro-quente, não! Tá pensando o que ? Vamos ao outro lado da cidade.’
Eu preferi não responder. Mas, pensei, bem no fundo do meu ser :’ Que outro lado, gente ?’
Depois de um tempo rodando, vi o que parecia ser o único bar-restaurante-lanchonete-padaria aberto por ali.
-‘Pára o carro ! Vamos aqui mesmo. Estou com fome.’, gritei
Era tipo um bar, bem aberto. Devia ter umas vinte mesas de madeira de uma lado, coberto e outras tantas mesas de plástico, do outro lado, descoberto. Perguntei para o marido o porquê desses dois ambientes. E ele me respondeu que um deveria ser tipo bar, só para petiscos e o outro, tipo restaurante. Coisa chique. Marido foi se encaminhando para os lados das mesas e cadeiras de plástico. Eu logo fui dizendo que queria sentar nas cadeiras de madeira. Fomos. O menu tinha petiscos, carnes, massas, etc, além de pizza. Escolhemos um filé a parmegiana. Cinco minutos depois, volta o garçom dizendo que a carne havia acabado. Eu não falei nada, só lancei um olhar ‘cadê-a-megalópole-que-estava-aqui’ para o marido. Pedimos pizza. Aproveitei e perguntei para o garçom qual era a diferença entre os dois lados do recinto. Resposta óbvia: fumantes e não fumantes.
Dia seguinte: sítio+almoço+piscina+bolinho de chuva.
Sempre que vou ao sítio, volto menos ignorante. Já aprendi a diferença entre galo e galinha. Desta vez, demorei para perceber o que era, quando me mostraram isso:
Cheguei mais perto:
E, finalmente, entendi o que era, mas não compreendi o motivo:
Ovo no toco. Você já conhecia ? Eu, não. Começaram a me explicar e eu achei que estavam me gozando (eles sempre fazem isso).
-‘ Tem um ovo aqui neste toco !’, gritei para a minha cunhada
-‘ Eu sei. Fui eu quem colocou aí.’,ela respondeu
-‘ Oi?!’
-‘ É para espantar a chuva… Você não sabe disso ? É uma simpatia.’
Pausa:Eu achei que ela me olhou com cara de 'tanta mulher no mundo e meu irmão foi escolher justamente essa ?'Despausa
-‘ Você tá brincando, né?’
-‘ Não. É sério. Você não percebeu que ameaçou chover e não choveu ? Foi o ovo no toco … Certeza!’, ela me disse convicta
Tenho que admitir que existiam umas nuvens gigantescas, mas que só garoou, super rápido. Mas, daí a pensar que o ovo no toco tem alguma coisa a ver com isso…
-‘Quer dizer que, se eu colocar um ovo lá em cima do meu prédio, em SP, não vai mais chover, nem ter aqueles alagamentos na cidade ?’, eu perguntei
-‘Kátia, não exagera. É lógico que não vai parar a chuva em SP. Dãããã ! Só nos arredores do prédio, né ?’, respondeu meu marido
-‘Ah, tá. Vou testar, então.'
Ontem choveu muuuito por aqui em SP e eu esqueci de ir lá na cobertura para testar o ovo no toco. De hoje, não passa.