quinta-feira, 4 de março de 2010

Fumacinha

Passei os últimos dias sem carro. Meio sem carro. Uns dias andando de táxi, outros a pé e, por último, com o carro do marido. Na sexta-feira retrasada, o escapamento do meu carro soltou uma fumacinha, quando eu estava saindo da garagem do meu prédio. Anotei, mentalmente, para não esquecer de comentar o episódio com marido. Esqueci. No sábado à noite, saímos com o meu carro e eu afumaca_escapechei ter vislumbrado, novamente, a fumacinha. Contei para o marido, que me perguntou, de pronto, quando havia sido a última vez que eu havia trocado o óleo do carro. Pesquisei, mentalmente, minhas memórias a respeito disso. “Zero occurrences found”. Não tinha a mínima ideia. Procuramos aquele papelzinho que o moço do posto coloca (ou deveria) no console do carro. Nenhum sinal. Mini sermão sobre a importância de se verificar o óleo e chegamos ao nosso destino.
Domingo de manhã, marido pega o meu carro e sai com as meninas. Cinco minutos depois, toca o telefone:
-‘Kátia, estou no posto. O óleo do seu carro está sólido, completamente petrificado. Não é possível trocá-lo. Vão colocar um liquido para tentar diluir essa coisa e, só depois, tentar trocar o óleo. Torça para que não tenha fundido o motor!’, marido, com voz recriminadora


-‘Tá! Você quer que eu vá buscá-los ?’, eu, com voz apaziguadora


-‘Não. Enquanto eles fazem isso, eu vou a pé com as meninas até o mercado…’
-‘OK’.


Comecei a rodar um algoritmo mais avançado de buscas no meu cérebro a procura de um indício de que eu pudesse ter trocado o óleo do carro ou, ao menos, verificado. E lembrei que em dezembro o moço do posto disse que o óleo estava OK. Enfiou aquela varetinha, viu a cor ou o nível ou o que quer que eles vejam naquela coisa e liberou o meu carro. Bom, fiquei me sentindo um pouco menos culpada. Marido voltou com o carro. Óleo trocado, problema resolvido. No final do dia, fui buscar as meninas em uma festinha. Na volta, já pertinho de casa, o carro começou a soltar uma fumacinha que se transformou em um fumação. Parecia que o carro ia explodir. À medida que a fumaça aumenta, os outros carros iam se afastando mais e mais do meu. Instinto de sobrevivência. Parei no posto, liguei para o marido que me mandou levar o carro para casa. No dia seguinte, segunda-feira, meu carro foi guinchado. Na oficina, trocaram as velas e sei lá mais o que. Marido retornou à noite com o carro. Achei que não tinha sido dessa vez que conseguira fundir o motor do carro. Well, dia seguinte: fumaça total. Enquanto eu tentava, em vão, ignorar os sinais que os motoristas aflitos dos outros carros me faziam, fui parada duas vezes durante o percurso. Na primeira, o taxista me disse que eu estava poluindo o meio ambiente e que se os caras da CET me vissem, iriam apreender o meu carro. Com razão, ele salientou. Depois, um outro cara parou do meu lado e mandou eu trocar o óleo do carro. Eu respondi que havia feito isso na véspera. Ele olhou na minha cara e disse algo do tipo: ‘ Não mente. É fácil. Vai no posto e troca o óleo. Simples’. Consegui chegar em casa e guardei o carro na garagem. À noite, avisei para o marido que eu não iria mais sair com o meu carro. Contei todo o meu drama, com mini-lágrimas nos olhos. Marido me tranquilizou e disse que deveria ser um resto do óleo velho que estava queimando. Mantive a minha posição de rejeitar meu próprio carro. Marido, conformado, trocou de carro comigo. Só para resumir: o carro está ótimo, sem fumacinhas e sem motor fundido. Já que meu marido não pediu o divórcio, por justa causa, resolvi devolver o seu carro e aceitar o meu de volta. Já anotei, mentalmente, que devo verificar o óleo toda vez que for colocar gasolina. Mas, tenho que admitir que, talvez, just in case, seja melhor usar um post-it…

1 comentários:

Tatiana Oliveira quarta-feira, 10 março, 2010  

nao acredito!! erro primário total!! todo mundo sabe que tem que abastecer e trocar o óleo, né?! pelo menos isso eu faço... agora esse negocio de velas, cebolinha, salsinha e outras coisas que o carro tem é too much! deixo para os homens!!

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