quinta-feira, 31 de julho de 2008

Sem reclamações

Tenho uma amiga desde os tempos da facul. Mantivemos a amizade, fomos sócias, as crianças estudam na mesma escola. Moramos em bairros próximos. Lembro que na época que eu estava tentando engravidar, ela também estava. Ela morava no exterior. O marido havia sido transferido. A gente se falava por telefone ou por email. Ela acompanhava minhas tentativas e vice-versa. Em um desses telefonemas, ambas grávidas, com uns 5 meses de diferença, a gente fez uma promessa. Assim que tivéssemos nossos filhos, a gente não ia reclamar. Não íamos reclamar se eles não se comportassem direito. Se fizessem muita bagunça. Se não quisessem escovar os dentes. Se fossem teimosos. Se não quisessem comer. Não íamos reclamar. Bom, os filhos vieram. Eu tenho duas meninas. Ela tem dois meninos. As minhas são gêmeas. Os dela são quase gêmeos. Apenas um ano de diferença. O mais velho estuda na classe de uma das minhas filhas. Eu e minha amiga nos encontramos frequentemente. Ora na porta da escola, ora marcamos um almoço. Nessas ocasiões, entre vários assuntos, conversamos sobre as crianças, também. Começamos a reclamar e uma lembra a outra da promessa. Queríamos tanto tê-los... Ei-los. Vamos curtir. Além do mais, os maridos continuam sendo nosso alvo predileto. Sem quebra de promessas.

Serve arroba ?

Você sabe fazer tricô ? Eu não. Minhas filhas estão aprendendo, em um curso extra na escola. E estão amando. Já fizeram cachecol, gorrinho, sapatinho... Nunca tive muitas habilidades manuais. No crochê, não saía da correntinha... Elas, no começo, tentavam tirar algumas dúvidas comigo e eu não podia ajudá-las. O máximo que fazia era aconselhá-las a ligarem para a vovó. Meu marido me disse que isso é uma falha de formação. 'Como pode, não saber tricô? Básico!'. Fiquei meio encucada. Será ? Não basta poder ajudá-las em inglês, matemática, português, informática ? Não é suficiente ? Resolvi, então, fazer uma pesquisinha rápida. Perguntei para três amigas minhas, contemporâneas. Duas delas sabem. Fiquei na dúvida se sabiam mesmo ou haviam sido instruídas pelo meu marido a me darem essa resposta. Mas quando uma disse que iria trazer uma blusa (b-l-u-s-a) que havia feito, percebi que era verdade. Eu que estou por fora. Quando na minha vida achei que tricô um dia me faria falta ? Mas, não me dei por vencida. Na saída da escola, encontrando as mães, eu ia comentando que as meninas estavam adorando as aulas de tricô, blá, blá. Até que, em dado instante, eu fazia a pergunta fatídica: sabes tricotar ? Incrível!. A maioria sabe. Uma começou a me falar de um ponto que tinha aprendido. Já fui cortando: 'Querida, não sei nem ponto, nem vírgula. Serve arroba (@) ? Me dou melhor ...'

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Viagem das boas

Adorava ler Fernando Sabino na minha adolescência. Li muitos livros dele: O Grande Mentecapto, O Homem Nu, A Inglesa Deslumbrada, O Encontro Marcado... Meu pai tinha quase que a coleção completa. E, dias desses, não sei bem o porquê, lembrei do O Menino no Espelho. Livro das memórias infantis dele plus invencionices. Delicioso. Comprei pela internet. Para as meninas. Elas estão adorando. Embora elas já saibam ler e, até me pediram para que eu as deixasse ler, eu quis ler para elas, junto com elas. É muito gostoso ler e ouvir suas risadas. Tem som mais gostoso ? Acharam muito engraçado quando ele salvou uma galinha de ir para a panela e a batizou de Fernanda. E ainda a ensinou a falar. Ou quando aprendeu a voar. Ou, ainda, quando visitou o Sítio do Picapau Amarelo. Sem contar quando conheceu o Mandrake e se decepcionou com o Tarzã. Pura viagem. Das boas.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Sentindo-se pressionado ?

Mandei um email para o meu tio, jornalista, marido da minha tia, avisando do meu blog. Ele me respondeu:
-----Mensagem original-----
De: xxxxxxxxxxxxx
Enviada em: terça-feira, 29 de julho de 2008 10:12
Para: Kátia
Assunto: Re: Blog
Oi, Kátia.
Parabéns!!! Já dei uma olhada e gostei muito. Depois vou ler com mais atenção.

Beijos

Eu repliquei:
----- Original Message -----
From: Kátia

To: xxxxxxxxxxxxxx
Sent: Tuesday, July 29, 2008 10:44 AM
Subject: RES: Blog
Oi,
Obrigada. Não basta ser tio, tem que ler blog...
Beijos, Kátia

Ele treplicou:
-----Mensagem original-----
De: xxxxxxxxxxxxxxx
Enviada em: terça-feira, 29 de julho de 2008 11:35
Para: Kátia
Assunto: Re: Blog
Isso mesmo, Kátia. rs rs rs... e não basta ter o blog, tem que divulgar... e você está divulgando bem. rs rs
Beijos


Achei engraçado. A princípio. Depois fiquei pensando, pensando. Será ? Não, não é possível. Será que, no afã de tornar o blog lido, virei pedinte de leitores (classe que os blogueiros abominam!) ? Então, pessoal, se, de fato, me tornei isso, preciso de ajuda. Digamos que se eu enviar email para vocês três quatro cinco vezes por dia, perguntando como anda a leitura do meu blog, vocês me avisam, tá ? Podem falar: 'Kátia, menos...'. Sem medo de me magoar. Quero leitores, mas não a esse preço. Tenho orgulho. Pedinte, jamais !

Tempos modernos

Reunir os amigos. Tudo de bom, não ? Antigamente, a gente ligava para um, escolhia uma data. Ligava para o outro. Passava a data. E assim por diante. Depois de uns vinte telefonemas, dependendo do tamanho do grupo, a reunião se realizava. Hoje em dia, tudo ficou mais fácil. A gente passa um email. Para todos de uma vez. As pessoas vão respondendo, reajustando as datas... E pronto. A reunião... Nem sempre acontece. Porque, se um esquece de responder ou deixa de checar a caixa postal, a dinâmica, essência do email, se desfaz. E eu entendo que, para mim, que trabalho na área de informática, talvez seja mais fácil ficar 'ligada' ao email. Compreendo, também, que, dependendo da natureza do seu trabalho, são tantos os emails recebidos diariamente, que fica difícil responder a todos (ou ter paciência para tal). Mas, fico pensando, que, de repente, criar uma regra no email (e há ferramentas fáceis para isso) facilitaria a vida. Tipo: sempre que chegar email da Kátia, deletar sem ler colocar na pastinha 'Amigos'. Aí, quando a pastinha 'Amigos' tivesse uma mensagem nova, haveria um motivo para checar, né ? As ferramentas estão aí para serem usadas. Mas, enquanto isso não acontece...
-'Dá licença, leitores. Tenho uns telefonemas a fazer...'

Da série: Adoro!

Minha cunhada, esposa do meu irmão, via skype:
-'Estou seguindo seu blog como quem segue novela'
Adoro!

Blogs que eu leio - Parte I

Sou nova na 'blogosfera'. Não me lembro mais por quais vias fui levada ao blog Para Francisco. Lindo! Uma mãe, Cristiana, resolve criar um blog para contar ao filho, pequeno, sobre o pai, que ele não chegou a conhecer. O Guilherme, pai do Francisco, morreu dois meses antes de seu nascimento. 38 anos. Morte súbita. Há de se preparar para as lágrimas, que certamente virão. É comovente. Você vai se envolvendo com a leitura. Em alguns momentos, fica pensando em como pode um amor tão bonito terminar assim. Aí, mais um pouquinho, você entende que não terminou. Ele se modificou, mas continua existindo. Como se passasse do estado sólido para o gasoso. Sublimou. Vai lá. Vale a pena.
A Cristiana ainda tem outro blog: Hoje Vou Assim.Todo santo dia ela tira fotos de como foi vestida para o trabalho. Looks ótimos. Surpreendentes. Combinações que a mim, a princípio, parecem descombinadas, e que dão super certo. Ela ainda cita as marcas que está usando. O interessante é que te dá idéias. 'E se eu pegasse aquele meu vestido com aquela minha camisa ...'. Blog divertido.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Da série: Adoro!


Adoro!

Da série: Post dos Leitores

Leitores, diante de inúmeros pedidos (não, não posso revelar o número absoluto dos pedidos, não insistam), crio a série 'Post dos Leitores'. Sintam-se à vontade para me enviar, via email, posts que gostariam que fossem publicados aqui.
Minha tia me enviou o primeiro:

Família: história de brigas de irmãos (ou coisa que o valha)

Adivinhe se puder: quem era quem?
Era lá pelos anos 70, fervia na mídia o início do polêmico enlace amoroso dos cantores e compositores Antonio Marcos e a Vanusa. Tempos em que morar junto era algo inovador.
Irmãos dividindo o mesmo quarto, mas não as mesmas idéias, travaram calorosa discussão na defesa do casamento ou do morar junto. Nessas ocasiões o que menos vale é a escuta dos argumentos. Perder jamais. Terminado os argumentos, ninguém naturalmente convencido, parte-se então para as belas e impublicáveis palavras e finalmente dita-se o desfecho da cena: término do relacionamento. De Antonio Marcos e Vanusa? Não! Isso mesmo dos dois até então irmãos e a essa hora inimigos para sempre.
Pasmem! Por um ano esses dois habitaram a mesma casa, dormiram no mesmo quarto. Não pronunciaram palavra. Silêncio na tumultuada casa. De um lado não havia mal estar, mas uma competição quem precisaria do outro, quem daria o braço a torcer. Quando seria reconhecida a sua razão, a chamada razão, tão ausentes nessas situações. Apenas um grande desejo de reconhecimento. Oh! doce criança, que em nada se via valorizada.
De repente, sem mais, nem porque, os dois moços voltaram a se falar. Mas, creiam, de tão antigo, já se foi da memória o reinício da conversa.


Da série: Adoro!

Quando avisei para a minha tia do meu blog, ela me enviou esse email:
De: xxxxxxxxxxxxxx
Enviada em: quinta-feira, 17 de julho de 2008 15:44
Para: Kátia
Assunto: Re: Oi, tia
(...)

Gostei do seu blog. Você escreve muito bem. Blog é visto por todos, certo? Acho meio esquisito essa exposição em público amplo, sou meio tradicional. Embora achei tão bom saber das últimas, sem o telefone.
(...)

bjs

Ontem recebi esse email dela:
De: xxxxxxxxxxxxxx
Enviada em: domingo, 27 de julho de 2008 22:35
Para: Kátia
Assunto: histórias
KATIA
Tudo bem? muito ocupada? Não tem mais post no BLOG??
A produção precisa ser mais constante, assim não dá! (rs)

(...)
beijos

Terei conquistado uma fã?
Adoro!

domingo, 27 de julho de 2008

Encontros e Desencontros

Domingo. Fomos a um casamento. Os noivos super felizes: jovens e apaixonados. Os pais super contentes: missão cumprida. A família, os amigos. Todos alegres. Que seja eterno, enquanto dure. Já dizia Vinicius.
Temos um casal próximo, muito próximo, que está se separando. Separação encaminhado-se para o processo litigioso. Poucos anos de casados. Se não está dando certo, não vejo o porquê de protelar a situação. Filhos pequenos ? Ok. Tudo torna-se mais difícil, mas, ainda assim, acho melhor a separação do que a convivência forçada, sem a cumplicidade, tão importante no relacionamento. O que não consigo entender é a total insensatez que acomete as partes envolvidas. O querer complicar, ao invés de facilitar. O querer julgar, sem fazer um 'mea-culpa'. O fazer de tudo para irritar o outro. Serão as mágoas não resolvidas que afloram sem ter como controlar ? Será o tal do orgulho, que quando mal administrado resulta em desastre na certa ? O que acontece com os momentos bons ? São sobrescritos ? Deletados, misteriosamente ? Torço para que tudo se resolva com o mínimo de danos possíveis, principalmente para as crianças. Torço para que ambos achem um novo amor e sejam felizes. E torço, também, para que consigam deixar um cantinho reservado para os bons momentos vividos no passado. E que, deste cantinho, possam encontrar um motivo para ter uma convivência, no mínimo, pacífica, nos momentos futuros.

Fim de Férias

Então, mais 500 e tantos quilômetros de ida. Chegamos lá na sexta, por volta das 8:30 da noite. 500 e tantos quilômetros de volta, chegamos aqui por volta das 11:30 da noite, do sábado. De novo, viagem bate-e-volta. Fomos buscar as meninas. Fim de férias. Elas amaram esses dias que ficaram por lá. Foram nadar no Rio Tietê, que tem até prainha! Jogaram boliche. Foram ao zoológico. Tomaram milk-shake. Andaram de bicicleta. Brincaram de pique-bandeira (depois elas explicam...). Não assistiram TV, nem acessaram a internet. Melhor que isso ? Só as próximas férias, né?
Apesar de aproveitarem tanto, já voltaram tristes. Queriam ficar mais. Junto com os primos, foram olhar o calendário e ficaram decepcionadas. Descobriram que não tem mais feriado que caia durante a semana...
-'Vamos dar um jeito meninas. De repente, dá para a gente vir em alguma sexta-feira, faltar na escola. Quem sabe ?', eu disse
-'Mas só um final de semana ? Não dá para ser uma semana inteira ?', elas queriam saber
-'Não. Não dá para ser a semana inteira. Vocês não podem perder tanta aula. Bem vindas ao mundo das responsabilidades!'

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Momento Mágico

Eu estava querendo engravidar. No Dia das Mães, recebi um presente com um cartão:
'Para uma futura mamãe
Espero ter a graça de ser seu companheiro nesse momento mágico.
Confie.
Um beijo de quem te ama muito.
14/05/95'
Marido, te amo. Cada vez mais.

Pai


Sinto sempre a falta do meu pai. Às vezes, uma coisinha boba me remete a ele. E lá se vão mais de quatro anos de ausência. Ele sempre foi muuuuuito autoritário. Chato. Na adolescência, tive muita raiva dele. Depois, fui entendendo. Não concordava, mas compreendia. Mas, queria ter entendido mais. Falado para ele isso. Ligado mais. Beijado mais. Ele me passou o gosto pela leitura. Ele se esforçou para nos colocar em escolas boas. Eu aproveitei mais do que os meus irmãos. Peguei o tempo das vacas gordas. Quando ele morreu, não quis mexer nas coisas dele. Não tive coragem. Pedi apenas a televisão que eu havia dado para ele. Tem uma marquinha de queimadura de cigarro no controle remoto. Sempre que vejo, imagino uma cena para essa marca. Pedi, também, o livro do Vinícius 'Poesia Completa e Prosa'. Uma edição bem antiga, com capa dura, verde escuro. Tem praticamente toda a obra do Vinícius, tanto os textos, crônicas, peças de teatro, letras de música, quanto as poesias. Já li os vários poemas infantis dele para as meninas: O Pato, A Foca, A Casa, etc. Mas, o que eu mais gosto no livro, são as anotações do meu pai. Tem uns asteriscos nos títulos dos poemas. Às vezes, tem a rubrica dele e a data. Adoro pensar que ele folheou. Que ele marcou. Tem umas marcações que tem a letra K, junto com a data 24/01. Meu aniversário. Quero pensar que ele pensou em mim. Neste soneto, a data era 24/01/91:

Soneto da Rosa - Vinicius de Moraes

Mais um ano na estrada percorrida
Vem, como astro matinal, que a adora
Molhar de puras lágrimas de aurora
A morna rosa escura e apetecida.
E da fraglante tepidez sonora
No recesso, como ávida ferida
Guardar o plasma múltiplo da vida
Que a faz materna e plácida, e agora
Rosa geral de sonho e plenitude
Transforma em novas rosas de beleza
Em novas rosas de carnal virtude.
Para que o sonho viva de certeza
Para que o tempo da paixão não mude
Para que se una o verbo à natureza.

Tem uma marcação, também, em um outro poema. Penso que ele marcou para ele mesmo.

Velha História - Vinicius de Moraes
Depois de atravessar muitos caminhos

Um homem chegou a uma estrada clara e extensa
Cheia de calma e luz.
O homem caminhou pela estrada afora
Ouvindo a voz dos pássaros e recebendo a luz forte do sol
Com o peito cheio de cantos e a boca farta de risos.
O homem caminhou dias e dias pela estrada longa
Que se perdia na planície uniforme.
Caminhou dias e dias…
Os únicos pássaros voaram
Só o sol ficava
O sol forte que lhe queimava a fronte pálida.
Depois de muito tempo ele se lembrou de procurar uma fonte
Mas o sol tinha secado todas as fontes.
Ele perscrutou o horizonte
E viu que a estrada ia além, muito além de todas as coisas.
Ele perscrutou o céu
E não viu nenhuma nuvem.
E o homem se lembrou dos outros caminhos.

Eram difíceis, mas a água cantava em todas as fontes
Eram íngremes, mas as flores embalsamavam o ar puro
Os pés sangravam na pedra, mas a árvore amiga velava o sono.
Lá havia tempestade e havia bonança
Havia sombra e havia luz.
O homem olhou por um momento a estrada clara e deserta

Olhou longamente para dentro de si
E voltou.

Saudades, pai.

Da série: Adoro!

Meu irmão deixou esse comentário em Secretária Eletrônica:
"Minha cara Carry Bradshaw,
Não sou nenhum editor do The New York Star, mas estou rotineiramente acompanhando suas crônicas, que estão realmente interessantes, com situações hilárias de sua rotina em nossa querida metrópole paulistana...Da série Sex and The City você sempre me lembrou a Charlotte York, mas agora com o blog você definitivamente é a Carry... Nossa amiga executiva citada aqui no caso da secretária eletrônica nos remete a advogada Miranda Hobbes, sempre pensando em trabalho... Conseqüentemente nossa amiga Professora toma o seu lugar de Charlotte...Quem é a 4ª amiga (Samantha Jones)?!"
Adoro!

Saudades

Tenho uma tia que eu adoro. Psicóloga. Irmã caçula do meu pai, que também a adorava. Mora bem pertinho de mim. Dá para ir a pé. Mas a gente nunca vai. Ela também nunca vem. Que será que rola, né ? A gente se gosta. Não tenho dúvidas. É a correria do dia-a-dia ? Parece uma desculpa tão batida, não ? Tia, vem aqui em casa. Tô com saudades !

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Pi

Meninas de férias no interior. Nós dois sozinhos em SP. Fomos em um barzinho. Comemos. Ouvimos música ao vivo. Gostoso. Estávamos voltando. A pé. Do nada:
-'Ká, quando é que o Pi acaba?',meu marido perguntou
-'Ahn?!', exclamei
-'O número Pi. 3,1416... Quando acaba ?', insistiu
-'Ué, nunca', respondi
-'Em Paranapiacaba', explicou
-'Como ?'
-'Em Parana-o-Pi-acaba',finalizou
Casar com politécnico dá nisso. Eu aguento ?

Da série: Adoro!

Dias atrás, maridão saiu cedo para trabalhar. Levou uma TV que estava em casa, mas que não estávamos usando. O combinado era que o filho dele levasse a TV para o Guarujá. Duas horas depois, o filho dele me liga:
-'Kátia, meu pai esqueceu a TV aí, né?', ele perguntou
-'Não. Eu estava em casa quando ele saiu. Ele levou a TV!', respondi
-'Que estranho! Não está no carro dele !', ele falou
-'Ah! Vai ver que ele subiu com a TV para sala dele. Aí na empresa.', eu chutei
-'É. Pode ser. Ele está em reunião. Depois eu falo com ele. Tchau!, ele se despediu
Meia hora depois, toca o interfone:
-'Dona Kátia. A senhora pode ligar pro seu marido ?', o zelador me perguntou
-'Aconteceu alguma coisa?', já preocupada
-'Olha só. Ele saiu cedo e deixou uma TV do lado do portão. Disse que ia buscar o carro e voltava. Só que até agora ele não voltou para buscar a TV ! Que será que aconteceu ?', perguntou
-'Ele esqueceu. Básico. Deixa aí que depois eu pego!', respondi, rindo.
Adoro!

Da série: Adoro!

Dia desses, estava de regime. A Camila, preocupada, me alertou:
-'Mãe, desse jeito, você vai ficar analgésica !!'
Adoro!

Da série: Adoro!

As meninas tinham uns três anos. A Camila havia acabado de acordar.
-'Camila! Porque você se riscou inteira ? De canetinha?', eu já brigando
-'Mas, mãe, não risquei !', ela olhando os braços todos riscados, sem entender
-'Cami ??? Fala a verdade', pedi
E a Sabrina, do nosso lado, até então quieta:
-'Mãe! Não fui eu !!!!', gritou
-'Sá ? Tem certeza ?', perguntei
-'Tenho, mãe', respondeu, abaixando os olhinhos
-'Sá??? Tem certeza que você não riscou os braços da sua irmã enquanto ela dormia?'
-'Tá. Risquei. Só um pouquinho, mãe', admitiu
Adoro!

Da série: Adoro!

A Cami tinha uns dois aninhos:
-'Cami, você sabe onde está sua chupeta?', perguntei
-'Não sabo, não, mamãe', ela respondeu
-'Não sei!', corrigi
-'Eu não sabo, também!', ela complementou
Adoro!

Secretária Eletrônica

Ontem. Final de dia. Chocolate quente com a minha amiiigaaa. Um tempão que não fazíamos isso. Sem maridos, nem crianças... Dá para imaginar a tranquilidade ? Pois, bem. Aproveitamos e colocamos o papo em dia. Atualizamos as fofocas e contamos as novidades. Programa gostoso. Lá pelas tantas, falei do aniversário de um aninho do filhote da nossa outra amiiigaaa, que não estava conosco. Então, ela me disse:
-'Kátia, espera aí', disse discando no celular, 'Qual é mesmo a data?', continuou
Eu disse e ela, falando ao telefone:
-'Não esquecer. Dia tal, hora tal, local tal. Avisar maridão de não agendar nada. Temos festa de aniversário'
-'O que você está fazendo ??!!!', perguntei
-'Estou ligando para a minha secretária eletrônica. Do trabalho. Assim, amanhã, eu já passo para a minha agenda. Normalmente, há mais recados meus para mim mesma, do que de outras pessoas... Engraçado, né?', explicou
-'Ah!', consegui dizer
-'Meu próximo celular vai ter um gravador de voz. Acho que vai ficar mais fácil...', finalizou
Minha amiga querida. Sempre meio louquinha e metódica. Vou deixar um recado na secretária dela. Acho que ela não lê este meu blog.

Convitinhos

Gosto de criar convitinhos de aniversário. No computador. Festa infantil, chá de bebê, chá de panela. Mexer com as figuras, layouts, fotos. Adoro. Hobby. Minha família, vira-e-mexe, solicita um convite. Minhas amiguinhas também (já falei delas aqui e aqui). Quando vai chegando a data de aniversário dos filhotes, eu meio que já espero poder fazer o convite. Eu me ofereço. Não sei se, de verdade, elas gostam do resultado ou ficam meio sem graça de me dizer que não querem. Melhor não aprofundar na questão... Bom, no final de Agosto, o filhote de uma delas vai fazer um aninho. Fofo! Ela já perguntou se eu podia fazer os convites. Pergunta óbvia, resposta óbvia ululante: SIM! O problema é que eu preciso de insumos para poder fazer os convites: tema, lista de convidados, local, data, etc. Coisas inerentes a todo e qualquer convite. Até agora não recebi nada. Já mandei email. Nada. Já telefonei. Nada. Ela até me mandou um email dizendo que ia me ligar. Será que era para dizer pessoalmente que não precisa mais dos meus préstimos? Enfim, não ligou. Acho que as minhas amiguinhas combinam. Gostam de me enviar tudo em cima da hora. Depois, o convite não fica como eu gosto. Sai tudo na correria... E elas fingem que gostaram e eu finjo que acreditei que elas gostaram. Amigaaaaaaa, se você não quiser que eu faça os convites, tudo bem. Vou ficar chateada. Mas, vou superar. Tenho certeza. Pode demorar uns anos, mas eu supero, tá? Não precisa ficar preocupada. Só me avisar.
UPDATE: Não vou ter que fazer terapia para rejeição. Minha amiguinha me enviou tudo que eu pedi...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Fases

Sou uma pessoa de fases. No momento, por exemplo, estou em fase salada-total. Rúcula, alface americana, alface romana, cenoura. Amo. Mas, não quero tomate. Embora eu goste, não estou na fase, entenderam ? Enjoei. Meu marido não entende. Acha que eu sou meio louca. Só porque eu adoro goiaba, mas não gosto do suco de goiaba. A mesma coisa com a manga. A mim, me parece normal. Sabores completamente distintos. Ele já desistiu de entender. Fica meio temeroso de chegar a fase de eu enjoar dele. Já falei para ele que as fases passam. Enfim... Estou, agora, também, em uma fase lenços e cachecóis. Tenho vários e aprendi formas diferentes de usá-los. Vale a pena dar uma olhada. Basta clicar nos links:

Video da Glorinha Kalil
Video da Oficina de Estilo
Site da Hermès (uma vez no site, escolha a opção 'Playtime with your scarf' para baixar um arquivo PDF.)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Desliga. É trote.

Há uns anos atrás, recebi um trote bem feio. As meninas eram nenês. Desde então, o telefone de casa tem o serviço de BINA. Dias desse, recebi um telefonema a cobrar. Nem olhei o número, já chamei minha empregada. As filhas dela sempre ligam a cobrar. Ela atendeu na sala. Continuei trabalhando no computador. As meninas vieram me chamar correndo. Eu tinha que ir para a sala, porque a Márcia estava chorando ao telefone. Fui lá. Ela estava desesperada. Tremia. Peguei a extensão do telefone. Ouvi uma voz chorosa de menina: ’Mãe, faz o que ele pede. Por favor’. Aí , entrou a voz do cara, com um forte sotaque carioca:’Então, quanto você vai me darrr ? Ou prefere que eu apague a sua filha?’ Olhei o número da chamada. Era de um celular do Rio. Na sala, ela continuava a chorar e a pedir que o cara tivesse clemência. Explicou que era empregada doméstica. Não tinha dinheiro. E eu falava: ’Desliga o telefone. É trote!’. Ela, chorando: ’Ele sabe o nome da minha filha, Kátia! Eu ouvi a voz dela! Me ajuda’. Aí, eu tive uma luz. Pedi o número do celular da filha dela. E ela, tão desesperada que estava, não lembrava o número. Peguei o aparelho celular dela, mexi na agenda e achei. Liguei do meu celular para a filha dela:’Oi, é a Kátia. Está tudo bem ?’, perguntei, ’Tudo’, ela respondeu desconfiada, ’Espera aí. Fala com a sua mãe!’, e passei o telefone para a mãe dela, que só então, desligou o telefone da sala. Falou com a filha, ficou um pouco mais calma e ordenou:’Não sai de casa, hein! Você e sua irmã fiquem ai dentro. Tranca tudo!’
-‘Mas, é um trote. O cara deve estar ligando lá da favela de Bangu! Pode ficar calma, não vai acontecer nada com as suas filhas’, falei para ela
-‘Mas, ele sabe o nome da minha filha ! Como pode?’, ela me perguntou
-‘Presta atenção. Faz parte da tática deles. Quando você ouviu a voz da menina chorando, imediatamente você disse o nome da sua filha. Entendeu?’
-´Será, Kátia? Sei não. Acho que eu não falei...’
Eu olhei para as minhas filhas que haviam assistido a tudo, assustadas. Mas, que estavam bem seguras ali. Na minha frente. Eu olhei para a moça. Ainda meio trêmula. E pensei que eu ia fazer que nem ela. Ia ficar agarrada no telefone. Só largaria quando tivesse certeza de ter salvo minhas meninas.
Decidi ligar na Telefônica e pedir que trocassem nosso número. Avisei meu marido. Ele concordou. Mas, aí, comecei a ficar com raiva. Esse cara ia fazer com que eu fosse ficar sem o meu número de telefone, de anos, e ainda ia me fazer ter um trabalhão de avisar a todos do nosso novo número? Fui me sentindo lesada. 'Ah, não! Vou continuar com esse número', decidi. Liguei para o 190. Expliquei o acontecido e disse que eu tinha o número do celular que originara a chamada. A moça me explicou que eu tinha que fazer um BO na delegacia perto da minha casa. Podia ser por telefone, mesmo. Liguei na delegacia. Expliquei o caso.
-'A senhora tem que vir pessoalmente fazer o BO'.
-'Mas, moça, eu tenho o número do celular do cara. Não interessa para vocês? Não dá para fazer pelo telefone mesmo? A pessoa do 190 me informou...', insisti
-'Não. Tem que vir aqui pessoalmente!',categórica
Não fui. O cara deve estar assustando outras famílias por aí.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Não existe milagre!

Tenho uma outra grande amiga.. Somos um trio. Juntamente com essa outra amiga. Desde a época da escola. Amizade bonita e duradoura. Ela trabalha em uma grande indústria de cosméticos. É gerente high-top-top . Pois, bem. Ela sempre me deu esses kits 'acabe-com-suas-rugas-em-apenas-alguns-toques'. Nunca usei. Preguiça.... Até, que, recentemente, olhando no espelho, eu as vi. Quer dizer, já deviam estar lá faz tempo, mas, só 'caiu a ficha' neste dia. As rugas. Muitas. Corri no banheiro e peguei meu último kit. Ufa! Ainda no prazo de validade. Tava lá: loção limpeza, loção adstringente, creme contorno de olhos, creme firmador de pele e outros tantos. Em dose dupla: versão dia e versão noite. Uma hora depois, eu tinha conseguido seguir todos os passos e já estava com umas dez camadas de creme no meu rosto. Tentei sentir as rugas sumindo. Não consegui. Pensei: deve fazer efeito em 24 horas, né? A ciência cosmetológica evoluiu, mas nem tanto. Dia seguinte, corri pro espelho: elas continuavam lá. As olheiras, então, enormes. Pensei comigo: acabei de acordar, fico meio inchada mesmo. Normal. Daqui a pouco já vai estar legal. Resultado: uma semana depois, liguei para a minha amiga:
-'Olha, aquele kit que você me deu não funciona. Será um lote estragado?', perguntei
-'Lote estragado ? Você sabe quantos milhões a gente gasta com controle de qualidade ? Tenha dó! Você não dever ter usado direito. O que aconteceu?', ela perguntou, meio irritada.
-'Ué, as rugas continuam aqui. As olheiras também. Não mudaram nada...'
-'Kátia, querida. Eu te dou esses kits desde que você tinha 20 anos. Você nunca usou. Agora , só plástica mesmo. Não existe milagre !', diagnosticou, sem dó, nem piedade.
Marido, cancela a viagem de final de ano. Minhas rugas vão precisar do dinheiro!

1/4 de século


Parabéns, irmã! Bem vinda ao mundo adulto ! Dividíamos o mesmo quarto e eu ainda lembro quando você me acordava de madruga pedindo leite. Nada nessa vida é gratuito, não ? Já foi um pré-treinamento para quando tive as minhas filhotas. Pior que acordar de madruga, era ter que cantar para você dormir. "Nana neném". O problema é que não podia ser "Nana neném que a cuca vem pegar ..." Tinha que ser só a melodia, sem a letra. Lá-lá-lá Lá-lá-lá. Cansava, viu ? E se eu parava, reclamava... Lembro, também que eu te acompanhava nas festinhas de aniversário. Um monte de mãe e só eu lá. Ouvindo aquele papo chato de "meu-filho-não-quer-largar-a-chupeta", "a-tia-dele-na-escolinha-me-disse-que..","já-levei-na-pediatra-e-nada". Já conversei sobre tudo isso aí, em festinhas, mesmo. Em minha fase mãe. Mas, na época, era pouco atrativo. Lembro, também, que eu não gostava de sair para passear com você de carrinho na rua. Algumas pessoas paravam pra te ver e perguntavam se você era minha filha. Odiava. 'Ei, só tenho quinze anos. Filha ? Se toca, né!' Hoje eu gosto de passear com você de carro. As coisa mudam, não ? E quando você pegava as minhas fitas cassetes e puxava a fita toda e estragava. Várias fitas se foram na sua mão. Você a-d-o-r-a-v-a. Eu reclamava para a minha mãe, que retrucava:’-Kátia, ela é pequena. Não faz por mal!’. Grrrrr ! Ficava louca. Hoje a gente troca CD. As coisas mudam, não ? E quando eu te levava no McDonald´s e você sempre, sempre, derrubava o refrigerante na roupa. Sempre! E eu pensava:’Eu mereço’. E quando a gente foi para Recife. Eu e você visitar o pai. Primeira vez que você andava de avião. ‘E aí, tá gostando’, perguntei. ‘ Nossa, muito legal’. Três horas depois, aterrisamos. No meio da escada, você vomitou!!!!!! Estava enjoada. Que situação! Nem olhei pros outros passageiros. Te puxei pela mão e fomos embora. E quando a gente estava falando de loteria e você me perguntou quantos números a gente tinha que jogar na mega-sena. ‘Como, assim? SENA! Portanto, 6 números, né?’,respondi,'Ah, É que nunca joguei...’, você me disse. Ai, ai. Feliz aniversário, irmã.
'25 anos é igual a um quarto de século, tá ? Como ? Não entendeu? ¼ de século! 100/4=25. Entendeu ? É que é a primeira vez que você faz 25, né ?' Beijos.

domingo, 20 de julho de 2008

Ócio. Criativo.


-----Mensagem original-----
De: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Enviada em: quinta-feira, 17 de julho de 2008 13:56
Para: Kátia
Cc: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Assunto: Blog

Oi Kátia

Fiquei sabendo do seu blog e achei ótimo que o seu Ócio Criativo esteja em alta :)
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Recebi esse email de um amigo. Casado com uma minha super amiga. Muito querida. Amizade que se mantém, desde os tempos de ginásio (ops, desde os tempos de Ed. Fundamental). Ambos são professores universitários. Ele, universidade pública, ela, algumas particulares. Certa vez, liguei para eles em um dia de semana, tipo 10 horas da manhã. Ele atendeu.
-'Oi. É a Kátia. Ué, você em casa a essa hora ? Aconteceu alguma coisa', eu me intrometi
-'Não, está tudo bem. É só Ócio. Ócio Criativo',ele me explicou
-'Ah! Você está de férias! Entendi. Mas, você não é mais professor ? Ah! Já sei. A facul está em greve. Porque deveria estar dando aula, né ?', disse
-'Não. Sem greve. Sem férias. Quem me dera! É que tenho que produzir um paper ainda este mês. Então, estou em Ócio Criativo. Entendeu?', ele me perguntou, com um tom acadêmico
-'É... Não... Sim, entendi. Você está em casa porque é mais tranqüilo. Assim, você consegue estudar. Ler todos os artigos/livros que você precisa para produzir seu paper.', eu disse
-'Não, Kátia! Seguinte: eu acordo mais tarde, leio meu jornal, ponho água nas plantas, faço uma saladinha para agradar a esposa. Essas coisas. Depois do almoço, tiro uma sonequinha... Ó-c-i-o C-r-i-a-t-i-v-o. Nada de leitura acadêmica. Sua mente aberta para as idéias chegarem. Experimenta, você vai gostar!', ele todo animado
-'Claro que eu vou gostar! Ficar em casa, sem fazer nada e, ainda, sendo pago para isso! Eu ia amar!!!', repliquei,'Vem cá, isso não é sinônimo de vagabundagem, não?', investiguei
-'Nossa! Lógico que não! Estou investindo no meu trabalho. Fala sério!', ele respondeu bem ofendido
Desde então, segundo minha amiga, ele tem evitado atender telefonemas em casa. Como nunca mais consegui falar com ele quando eu ligo lá, creio que o período de Ócio tenha aumentado muito...
Então, venha você também para o mundo do Ócio Criativo! Se o se chefe achar ruim, dá de presente para ele o livro " O Ócio Criativo", de Domenico de Masi. Pronto. Respaldo científico. Seu chefe vai ficar sem argumentos. Nós demos de presente de Natal para esse meu amigo (nem acreditei quando vi o livro na livraria! Não é que isso é sério, mesmo?). Ele leu (na facul, né, fora do período de Ócio) e disse que o livro é muito bom.
Amigo, obrigada pelo post, digo, email. Beijos!

Deixa que eu telefono!

Férias das crianças. Fizemos um bate-e-volta para deixá-las na casa do primo, no interior de São Paulo. 500 e tantos quilômetros de distância. Chegamos na sexta, às 11 da noite e saímos de lá no domingo, às 10 da manhã. Bem cansativo. Mas, elas queriam muito. Na despedida, abracei as duas bem forte, perguntei se não tinham mudado de idéia. Se não queriam voltar com a gente.
-'Mãe, são só três dias !', responderam com a experiência de seus 9 anos de idade.
-'Bom, mesmo assim, eu vou ficar com muita saudade! Vocês me ligam todo dia ?', perguntei
-'Ligar ? Tá. Todo dia ? Pode ser. A gente liga.', responderam em uníssono
-'Vamos fazer o seguinte. Eu ligo. Todos os dias, tá?', achei melhor garantir isso, porque se eu deixasse para elas ligarem e elas não ligassem, eu teria a confirmação do que agora eu só desconfio: Elas estão na boa. Não vão sentir minha falta. Não sou mais tão necessária. Dura constatação.
Cami, Sá, divirtam-se! Prometo ser rápida nas ligações, tá?

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Pesquisa de Opinião

Então. Comecei a blogar. Deu vontade. Do nada. Mas, todo blog que se preze tem que ter ao menos um leitor (que não seja o próprio autor), não ? Bom, convidei a família e duas super amigas. Pronto. Alguns leitores. Vou me eximir de mostrar o número absoluto, tá? Deve haver uma regra entre os blogueiros para que não divulguem o número de leitores se for menor igual a X. Vamos ficar no relativo.

  • 28,57% dos leitores acharam o blog bonito:'Ahn? Os textos ? Era para ler ?Não li, não. Mas, gostei do visual...'
  • 14,28% dos leitores acharam os posts engraçados
  • 14,28% dos leitores acharam os posts bem escritos
  • 14,28% dos leitores acharam os posts emocionantes. Ao comentarem, chegaram a chorar (!)
  • 14,28% dos leitores ficaram meio perdidos:'Blog ? Post ? Ahn ? Me manda por email ?'
  • 14,28% dos leitores ficaram de ler o blog mais tarde:'Blog ? Tenho mais o que fazer...Cada um que me aparece...'
Destes leitores, 100% disseram que iam escrever ao menos um comentário no blog. Pois, é. Pela quantidade de comentários escritos...Alguém aí acredita em pesquisa de opinião ?

Tecnologia

Sempre me considerei super tecnológica. Montei, by myself, uma rede sem fio em casa. Com direito a roteador e servidor de impressão. Não sabe o que é isso ? Viu, sou super tecnológica...
Tirei umas fotos no celular. Queria mandar por email. Não consegui. Liguei, via Skype (tecnologia hi-top!), para minha irmã, uns quinze anos mais nova do que eu.
-'Você sabe como enviar foto do celular para o meu email ?', perguntei
-'Sei, sim. Fácil. Formato MMS...',ela explicou.
-'MMS ?', olhei nas opções do celular e não achei.' Olha, não estou achando. Você poderi ',comecei
-'Ká, estou atrasada para uma reunião. Depois te explico', ela me cortou. Provavelmente, pensando que eu não ia entender no ato.
Eu pensei:'Reunião? Troquei suas fraldas, menina! '
Aí, abandonada pela irmã, mexi mais um pouco, achei a tal opção, enviei, mas as fotos não chegaram no meu email. Resolvi transferir as fotos do celular para o laptop. Via USB. Como eu não havia pensado nisso antes ? Encaixei o cabo e o Windows me avisou que estava vendo se instalava o software Motorola Phone. Ok. Aguardei. Lá pelas tantas, O Windows me informou que houve uma falha. Não havia conseguido. Fui avisada que se eu não tinha o CD de instalação, eu estava meio ferrada. Obviamente, não tinha. Na era do plug&play, CD de instalação ? Francamente... Bom, não desisti. Fui procurar o tal driver Motorola na internet. Achei várias listas de discussão com o mesmo problema que eu. Me senti bem. Eu sabia ! Em uma delas, disponibilizavam o tal driver. Instalei, o Windows reconheceu e ... beleza. Não funcionou. O Windows reconhece, mas não disponibiliza um caminho para eu pegar as fotos. Como se não houvesse nada na USB...
Desisti. Quando quero ver as fotos, olho no celular, mesmo. Nem ficaram muito nítidas... Quem sabe, quando a minha irmã tiver um tempinho, né?

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Tem que participar

Férias das meninas. Priminho em casa. Vamos arranjar o que fazer, né? Aí tive uma idéia genial: Simba Safári ! Primeiro, que não é mais Simba, agora virou Zôo Safári. Segundo, que a idéia não foi tão genial, assim. Porque aquele negócio de 'não basta ser mãe, tem que participar', às vezes é um pouco complicado para mim... Bom, fomos para lá. A ida estava programada para às 10h, chegamos às 13h. Tudo bem. Sem stress. Atendimento simpático. Sem filas. E, agora, podemos comprar comidinha, oficial, com logo do Zôo, para dar para os bichinhos. Achei uma idéia bem legal. Na hora. Depois, já não achei muito, não.

Primeira parada: as emas. Pescoção. Enorme. O Gabriel ficou animadésimo. Chamou as emas. Eu meio desconfiada. Aí, veio uma. Ele ofereceu a comidinha. Ela gostou. As meninas meio acanhadas. E eu incentivando:
-'Pode dar, meninas. Não tem problema. Olha, que fofa...', eu incentivando e torcendo para que nenhuma viesse pro meu vidro.
E elas, medrosas (tipo eu, né ?), nada. O Gabriel só faltava sair do carro. Contrastes. Andamos mais um pouquinho. Vieram os Emus (acho que é isso). Tipo primos das emas. Todos simpáticos, vindo pro carro. As meninas retraídas. O Gabriel conversando com os bichos, pedindo para eles comerem mais. Eu, animadíssima:
-'Vamos, meninas. Eles não fazem nada. Só lambem a comidinha', falei com convicção
E o Gabriel, feliz, me ajudando:
-'Tia, olha a minha mão. Tá toda babada! Que legal!'
-'Super legal, meninas!!!!' , confirmei
Um refresco. Ala dos macacos. Fechar os vidros. Grudar com fita adesiva. Nada de alimentos. Todos se coçando.
E vieram os cervos. Foooofooos. Tido desenho da Disney. Um monte. Alguns se aproximaram.
-'Vai, Cami. Dá comidinha. Pode dar. Não precisa ter medo!', eu falei
-'Tá. Vou tentar, mãe. Vem Bambi, vem', ela tentou
Na hora H, ela tirou a mão. A Sabrina, nem tentou. Resolvi não forçar, mas dar o exemplo.
-'Olha, meninas. Vou dar para eles. Vem, Bambi, vem', abri a mão com a comidinha e fechei os olhos.
-'Slept (ou algo assim)', fez o Bambi
-'Que nojo!!!', eu pensei
-'Viu, Cami ? Viu, Sá ? Que legal ! Não acontece nada. Não precisa ter medo !', eu falei.
-'Só precisa ter um lenço úmido.Que nojo!', pensei olhando minha mão toda babada.
Daí, a Camila se animou e conseguiu dar comida para o Bambi. Viu ? Tem que participar!
Marido, da próxima vez, você vai também ? Promete ?

A gente se fala, viu ?

Mãe! Você estava certa. Ao invés de email, melhor o telefone. Consegui falar com meu irmão. Nada como ouvir uma velha voz conhecida. Só a voz, sem o grito. Só o carinho, sem a agressão. De ambas as partes. Eu já queria ter ligado antes, mas, sabe como é. Queria e não queria. Tentava e não conseguia. Mas, depois de alguns atalhos, foi. Tinha que avisá-lo de que não precisaria buscar o Gabriel hoje, conforme combinado, já que adiamos a viagem. Primeiro liguei para o meu marido para que ele desse o recado para o meu irmão. Afinal, ambos têm rádio. Nada mais natural. Ainda assim, resolvi ligar para a minha cunhada. Pedi para que ela passasse o recado para o meu irmão. Marido e mulher, nada mais natural. No entanto, de um impulso, peguei o telefone e disquei. Demorou para atender, quase desliguei.

-'Alô', ele disse
-'Oi. Tudo bem ?', eu disse
-'Tudo', respondeu
-'Não precisa mais vir buscar o Gabriel hoje, tá ? A gente não viaja mais amanhã', falei
Daí em diante, as frases foram ficando menos formais, mais soltas. Mas, sentia-se um pouco de cautela no ar.
Alguns diálogos depois:
-'Então, tá. Beijo. Tchau!', eu me despedi
-'Não. Espera. Quero dizer que eu te amo', ele falou.
E falou mais. Coisas de coração para coração. E eu fiquei só ouvindo. E consegui dizer algo do tipo:
-'Eu sei. Vamos esquecer. Tudo vai ficar bem.'
Irmão, te amo, tá ? A gente se fala, viu ?

terça-feira, 15 de julho de 2008

Se não der para rir...

Ainda a briga... Meu marido me falou que se, eu e meu irmão, não conseguirmos rir da briga surreal e ridícula que tivemos, então é porque tem alguma coisa por baixo disso. Algo não resolvido do passado.
Não consigo rir. Tentei. Não dá. Quando lembro, dá um aperto no coração e vontade de chorar.
Irmão, o que que tem por trás disso tudo ?

Não se falaram por telefone ?

Ontem, minha mãe ligou. Triste, bem triste. Por causa da briga entre eu e meu irmão. Fiquei, de novo, envergonhada. Não queria ter que falar sobre isso. Não queria que isso tivesse acontecido. Com sentimento de culpa. Falei para ela que já estava tudo se encaminhando para um final feliz. Que nunca mais ia acontecer de novo. Que estávamos trocando emails. Eu enviei, ele respondeu.
- 'Mas vocês não se falaram por telefone ?! ', ela perguntou
- 'Não, mãe. Por telefone, não. Só por email.', eu respondi
Ficou um silêncio na linha.
- 'Mãe, a gente já começou a se entender. Vai ficar tudo bem. Não se preocupa.'
- 'Tá', ela respondeu.
Creio que ela achou que por email não é o mesmo que por telefone. Carece de força. No entanto, por email é mais seguro. Você tem tempo de pensar. Tem coragem para escrever o que está pensando. Pode reescrever. Por telefone, falou, tá falado. Não dá para 'desfalar'. Não é justamente por isso que as brigas acontecem ?
- 'Mãe, acredita, na atual fase, pós-briga, foi melhor por email', eu pensei.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Bon Bini

Ontem fomos ao Hopi Hari. Em 11 ! Família toda reunida. Foi bem divertido. Ainda, já em São Paulo, deu para beber um vinho quente em uma quermesse pertinho da casa da minha mãe. Ao voltar, surpresa: brigo feio com meu irmão. Que péssimo! Estava tudo bem e, um segundo depois, tudo ruim. Impressionante a força das palavras. Tanto para o bem, quanto para o mal. Fiquei a noite inteira pensando que só pode ser vaidade você saber que a coisa não vai terminar bem e, ainda assim, continuar. Para ter a última palavra. Quanta estupidez! Fico envergonhada só de lembrar. Se ainda houvesse algum motivo nobre para a discussão, se tivéssemos a desculpa de termos bebido, de estarmos alterados. Mas, nem isso... Assumo a culpa por não ter tido a sapiência de parar.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

É sobre ouriços ?

Acabei de ler o livro "A Elegância do Ouriço", de Muriel Barbery, escritora francesa. Lindo livro. Vale a pena a leitura. Já estou com saudades. Minha filha, Camila, 9 anos, perguntou se era sobre ouriços. Respondi que não. É sobre as pessoas. Disse que se eu achasse o porquê do título, eu a avisaria. Lá está, na pág. 152:"A sra. Michel tem a elegância do ouriço: por fora, é crivada de espinhos, uma verdadeira fortaleza, mas tenho a intuição de que dentro é tão simplesmente requintada quanto os ouriços, que são uns bichinhos falsamente indolentes, ferozmente solitários e terrivelmente elegantes."

terça-feira, 8 de julho de 2008

Chá de Bebê Surpresa

E lá se foi o Chá de Bebê Surpresa! Difícil fazer festa surpresa, não? Fica aquela ansiedade em saber se vai ser surpresa até o final. Se vai aparecer alguém. Se as pessoas convidadas são aquelas que deveriam ter sido convidadas...
Neste caso, deu tudo certo. Ela não descobriu nada antes. Na hora, gritamos 'SURPRESA' e ela chorou. Agora que venha o Felipe, né ? Final de setembro chega já já...


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